Mucosite oral: o que é?

A mucosite oral é uma das principais reações do tratamento oncológico. É muito comum e ocorre em até 40% dos pacientes que recebem quimioterapia, radioterapia ou a combinação de ambas. É uma inflamação que pode ocorrer em qualquer região da boca. Inicia como uma área avermelhada e pode evoluir para grandes lesões. Se o processo não for interrompido, o tecido sofrerá até a fase de necrose.

A mucosite é uma das principais reações do tratamento oncológico. É muito comum e ocorre em até 40% dos pacientes que recebem quimioterapia, radioterapia ou a combinação de ambas.

É uma condição extremamente dolorosa e autolimitante. Não são raros os casos de internação hospitalar e interrupção do tratamento quimioterápico. Entretanto, é uma doença previsível e com protocolos bem definidos com excelentes resultados. Dependendo do estado clínico do paciente, a grande maioria evita a mucosite de forma preventiva.

Como evitar a interrupção do tratamento

A interrupção do tratamento pode se dar por outros fatores não específicos. Contudo, iremos focar no grupo propenso a desenvolver mucosites. Para conhecer o principal risco do paciente oncológico, temos que conhecer um pouco da toxicidade dos quimioterápicos e como as células se comportam diante desse medicamento.

Um tratamento de combate ao câncer que se utilize de drogas antineoplásicas (quimioterapia) não atuam somente nas células tumorais. Outras estruturas como, a medula óssea e as mucosas, sofrem bastante com o tratamento. Entretanto, a Oncologia utiliza a capacidade de recuperação das novas células como estratégia para minimizar a perda. As células anaplásicas necessitam de um tempo maior para se recuperarem e são neutralizadas pela ação de quimioterápicos, enquanto que as novas células da medula e das mucosas sofrem muito pouco. Por essa razão, a quimioterapia é realizada em ciclos periódicos.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer – INCA, o tempo de exposição e concentração plasmática dos quimioterápicos é que geram os efeitos terapêuticos (positivos) e tóxicos dos quimioterápicos (negativos).

Passar pelos incômodos da alopecia (queda de cabelo) e pelos distúrbios gastrintestinais (vômitos, diarreia e náuseas) não é fácil, mas interromper o tratamento traz efeitos ainda maiores para o paciente. Temos que ter em mente que esse tratamento é utilizado no mundo inteiro e, quando adequadamente realizado, reduz a chance da doença voltar. A interrupção ou condução inadequada torna o tratamento ineficaz e com baixa resolutividade, aumentando o risco da recidiva da doença.

A dica é: converse bastante com o seu oncologista e evite parar o ciclo de tratamento.

A mucosite é uma das principais reações do tratamento oncológico. É muito comum e ocorre em até 40% dos pacientes que recebem quimioterapia, radioterapia ou a combinação de ambas.

Recomendações para evitar a mucosite

Antes de listar as principais recomendações é importante mencionar que as pessoas em tratamento radioterápico na região da cabeça e pescoço devem consultar um cirurgião-dentista, antes do início do tratamento, para saber como preservar os dentes e prevenir a infecções.

  • Realize um check-up odontológico com um profissional habilitado, para a efetiva busca ativa de processos infecciosos, cáries dentárias, tratamento de canais e inflamações gengivais;
  • Mantenha uma boa e regular higiene oral;
  • Faça laserterapia preventiva ou reparadora em caso de dor e reconstrução tecidual (leia mais sobre Laserterapia);
  • Chupe gelo de chá de camomila durante a quimioterapia esse procedimento alivia o enjoo e previne a mucosite;
  • Observe se houve redução de saliva (boca seca). O cirurgião-dentista poderá indicar o uso de saliva artificial; e
  • Não faça procedimentos odontológicos invasivos caso esteja fazendo uso de medicação após o término da quimioterapia, sem antes ser avaliado por um cirurgião-dentista habilitado.

 

Artigos científicos:

Updated clinical practice guidelines for the prevention and treatment of mucositis

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